Li esse livro em 2017 para o Clube de Leitura da Livraria Martins Fontes. Já tinha lido, há muitos anos atrás, o Estação Carandiru do Drauzio. Assim como no Estação Carandiru, ele relata suas experiências enquanto médico voluntário no sistema prisional paulista. A diferença é que enquanto o Estação Carandiru foca a penitenciária masculina, neste o foco é a feminina, com todas as suas particularidades.
Uma das diferenças com relação a esse livro é a questão da solidão das detentas. Enquanto nos presídios masculinos existem filas e filas no dia de visitas, nas prisões femininas isso não existe. Elas são largadas à própria sorte, muitas vezes por serem motivo de vergonha para os familiares. Muitas são presas nas portas dos presídios masculinos tentando levar drogas para os seus companheiros. Quando elas são pegas e presas, são abandonadas por eles.
É impossível sair o mesmo depois dessa leitura. O impacto emocional dos relatos presentes no livro é tão forte quanto o retratado no Estação Carandiru. É uma leitura forte, densa, mas muito válida a fim de se conhecer o que se passa do lado de dentro das prisões de uma forma ampla.
Marcelle Marinho
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