Li esse livro em 2017. Essa obra, publicada pelo jornalista, escritor e cientista político Bernardo Kucinsk tem como palco o Brasil sob o regime militar. K, o personagem principal, polonês imigrante brasileiro, recebe cartas do banco em nome de sua filha, morta no período da ditadura militar. Ele conta a sua história numa tentativa de se opor ao esquecimento nacional desse período.
Quando ele percebe o desaparecimento da filha, uma professora de química da USP, começa uma busca incessante. Aos poucos, entre pistas que vão sumindo, K. começa a entender que o Estado é o responsável pelo desaparecimento de sua filha, dando vida ao grande personagem desse livro: o labirinto da ditadura.
Ao longo dos breves capítulos do livro, fortes como um soco no estômago, K passa a conhecer e aprofundar-se na vida de sua filha. Sua busca solitária ganha força e se torna símbolo da luta no final do regime militar pelo reconhecimento dos mortos pela ditadura.
É um livro forte, pesado, denso mas necessário para que se conheça essa parte da história do Brasil, por vezes menosprezada.
Marcelle Marinho