segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Colcha de Retalho

Nossos sistemas são como uma colcha de retalhos. Simples ou requintados pedaços de tecidos formam a nossa história.  

Cada pessoa carrega diversos Sistemas (familiar, social, escolar, religioso, político,  trabalho, vizinhos, etc). 

Quando um retalho rasga ou é cortado, a colcha fica perdida, apontada, triste, sem vida... e toma um ar novo quando o buraco é fechado  por outro retalho ou um alinhavado. 

Myriam Baraldi 

Psicanalista 

Professora de Constelação Familiar 


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quarta-feira, 14 de abril de 2021

Dica de leitura - Escrevendo com a alma

 




Li esse livro em 2020. Mais um que trata sobre a escrita. Nesse livro, a autora compilou diversas dicas e reflexões sobre como podemos transformar a escrita em parte de nossa vida. Como desbloquear nosso potencial criativo, o que escrever quando a página em branco te encara e como separar o escritor e o editor que existem dentro da gente são algumas das perguntas que Natalie responde no livro.

Segundo a autora, todos nós temos o desejo de contar nossas histórias e descobrir a nossa voz. Muitas vezes acabamos "sufocados" pelo excesso de expectativa que criamos com relação ao ato de escrever. Marquei nesse livro vários trechos com dicas muito interessantes. Alguns deles transcrevo abaixo:

"1. Mantenha a mão em movimento. Não pare para reler a linha que acabou de escrever. Isso é se retardar e tentar controlar o que você está dizendo. 
2. Não rasure. Isso é editar enquanto escreve. Mesmo que escreva algo que não pretendia escrever, deixe como está.
3. Não se prenda à ortografia, pontuação, gramática. 
4. Solte o controle.
5. Não pense. Não tente ser lógico."

"Um dos principais objetivos da prática de escrever é aprender a confiar na sua mente e no seu corpo; tornar-se a cada dia mais paciente e menos agressivo. A arte pertence a um mundo maior."

"Imagine que a prática de escrever é um espaço que sempre o acolherá de braços abertos, sem lhe exigir nenhuma lógica ou coerência."

"Quando deixamos de temer nossas vozes interiores, também deixamos de temer nossos críticos exteriores."

É uma leitura muito fluída e leve. Para quem quer se aventurar ou simplesmente gosta do mundo da escrita, essa leitura está recomendadíssima! 



Marcelle Marinho





segunda-feira, 29 de março de 2021

Dica de leitura - Escravidão contemporânea

 




Fiz essa leitura em 2020. Quando falamos ou pensamos na palavra escravidão, logo pensamos ser algo distante, ocorrido há muitos anos no Brasil colônia. Mesmo que de tempos em tempos a imprensa noticie casos de trabalhadores libertados da condição análoga à escravidão, ainda assim a palavra permanece ligada ao passado. Por baixo do véu da pouca informação, existe hoje em pleno século XXI  um universo de exploração da mão-de-obra humana tão absurda quanto do período colonial.

Nesse livro, Leonardo Sakamato traz, por meio de textos de diversos autores, várias abordagens desse universo. O Brasil do século XXI escraviza não só negros, embora eles ainda sejam maioria, mas também pessoas de qualquer raça e etnia, atingindo tanto o interior da Amazônia como um grande centro urbano, por exemplo, São Paulo. 

Essa foi mais uma daquelas leituras que dão um chacoalhão na gente, abrem nossos olhos para o que está acontecendo e às vezes, bem do nosso lado.



Marcelle Marinho





terça-feira, 23 de março de 2021

Dica de leitura - Sete anos em sete mares

 




Fiz essa leitura em 2020. Para quem gosta de livros de viagens, assim como eu, essa é uma dica excelente. Aqui Barbara Veiga nos conta suas experiências a bordo dos barcos do Greenpeace como voluntária em defesa do meio ambiente. É uma espécie de diário de bordo dela.

O livro aborda além dos acontecimentos com a autora, as nuances culturais dos lugares por onde Barbara passou e as aventuras, problemas que surgiram pelo caminho e soluções que encontrou para eles. É impossível não sentir o clima de alto-mar, defendendo alguma causa ambiental. 

Algumas ações que Barba mostra no livro: a luta em favor das baleias, a defesa dos atuns que se encontram em extinção, luta contra empresas que utilizam soja transgênica,  e muitas outras.

Com esse livro literalmente viajei sem sair do lugar. Em tempos de pandemia, em que o turismo e o próprio ato de viajar está restrito, ler um livro como esse é uma delícia.



Marcelle Marinho


quinta-feira, 18 de março de 2021

Dica de leitura - O amanhã não está a venda e Ideias para adiar o fim do mundo

 

 



Li esses dois livros em 2020. São livros curtos, que dá para ler um dia mas de uma profundidade ímpar. Neles Ailton Krenak fala sobre a relação do homem com o mundo e com as pessoas. O homem é a única espécie capaz de transformar o planeta Terra, nem sempre para melhor. Desde a Revolução Industrial a Terra vem sentindo e sofrendo os impactos das inovações tecnológicas. Ailton propõe uma mudança de hábito e de postura perante à Terra, deixar de vê-la unicamente como fonte de recursos inesgotáveis, mas passar a nos vermos como parte do ecossistema da Terra. 

Temos hoje uma cultura de globalização que exclui tudo e todos que querem estar fora da lógica de mercado. As populações ribeirnhas, tradicionais e indígenas estão à margem da sociedade nesse formato. O livro cita os Krenak, povo que foi fortemente afetado pelo rompimento das barragem em Mariana, Minas Gerais em 2015. 

É mais uma daquelas leituras que fazem a gente pensar muito sobre o que estamos fazendo com a nossa única casa, o planeta Terra.



Marcelle Marinho


Dica de leitura - O médico doente

 




Fiz essa leitura em 2020. Gosto muito dos livros do Drauzio. Já li Estação Carandiru e Prisioneiras, ambos relatando as experiências dele como médico voluntário nas penitenciárias masculina e feminina do estado de São Paulo. Nesse livro narra como é estar do outro lado, sendo paciente. Em uma viagem à Amazônia ele contrai febre amarela. De volta à São Paulo começa a ter sintomas não muito claros, que ele identificava em seus pacientes como algo que não tinha como remediar pois era algo incerto.

Ao longo da narrativa, Drauzio faz aquilo que exatamente nós, os pacientes, fazemos muito: primeiro tomar remédios sem prescrição, depois esperar alguns dias, só indo ao médico quando não temos sinal algum de melhora. Com o passar do tempo, os sintomas dele vão piorando sem que se tenha um diagnóstico. É interessante observar no livro os pensamentos que Drauzio tem enquanto paciente. 

A leitura flui muito bem, gostei muito desse livro. Ficamos conhecendo um pouco o outro lado da mesa, quando o médico se torna paciente. 



Marcelle Marinho 


quarta-feira, 10 de março de 2021

Dica de leitura - A morte da verdade

 



Fiz essa leitura em 2020, num momento bastante oportuno. Em meio à onda de boatos e fake news na internet e em redes sociais, esse livro joga luz sobre o assunto nos Estados Unidos. A autora traça um panorama sobre as notícias falsas no governo Trump. Por quê elas ocorrem com tanta frequência não só nos Estados Unidos mas no mundo? Definitivamente, a internet veio para ficar no lugar de tudo e todos, notícia hoje é o que chaga pelo WhatsApp e Facebook. 

Neste livro, a autora é totalmente parcial, contrária ao governo Trump. Não vou entrar no mérito da defesa ou não de Trump. Leiam o livro e tirem suas próprias conclusões a respeito desse tema urgente e necessário nesse mundo digital.



Marcelle Marinho

sexta-feira, 5 de março de 2021

Dica de leitura - Querida Konbini

 




Fiz essa leitura em 2020. O livro é uma breve investigação sobre o conflito entre visões padronizadas e tradicionais com o novo jeito de pensar no Japão. A personagem Keiko não quer deixar a konbini (as famosas lojas de conveniência japonesas onde trabalha há 18 anos), não quer ter uma família ou um filho como todas as suas colegas. A konbini para ela não é só um emprego que ajuda a manter seu minúsculo apartamento. É o único lugar onde consegue se conectar com o mundo. 

A autora também aborda os relacionamentos nesse Japão atual, onde as pessoas não querem namorar, casar e ter filhos. Uns por medo de rejeição, outros pelo simples fato de quererem preservar suas carreiras e independência. Uma questão que ecoa bastante no livro é: O que é normal: trabalhar sem pretensão alguma numa loja de conveniência ou viver um relacionamento de fachada só para satisfazer a expectativa dos outros?

Recomendo essa leitura pelos questionamentos muito atuais que a autora levanta, além da escrita e leitura fluírem muito bem.



Marcelle Marinho



terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Dica de leitura - Refugiados

 



Fiz essa leitura em 2020. O mundo enfrenta hoje uma crise de refugiados sem precedentes. Milhões de pessoas deixam suas casas rumo à Europa andando ou em botes em busca de uma vida segura. A autora começa o livro contando o panorama dos refugiados em 2015: 1 milhão deles chegaram à Europa, 3.400 morreram no caminho. Muitas dessas pessoas acabaram em Calais, na França, na esperança de chegar até a Inglaterra.

O campo de Calais era um imenso aglomerado de pessoas das mais diferentes nacionalidades. Nesse campo, as pessoas necessitavam de tudo. Em 2016 alguns refugiados foram para outro campo aberto por organizações humanitárias. Mas os despejos ocorridos em Calais foram violentos, desumanos, cruéis. A polícia francesa vinha cometendo excessos há muito tempo. 

No fim do livro a autora mostra alguns dados sobre o impacto econômico da imigração. Se as barreiras contra ela caíssem, o PIB dos países poderia dobrar. O impedimento maior dos imigrantes de entrarem em outras nações é o preconceito. Aponta também que os mesmos países contra a imigração, que usam de truculência são os maiores exportadores de armas do mundo. 

Guerra traz lucro. Lutar contra a desigualdade não.



Marcelle Marinho



quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Dica de leitura - Neurocomic

 




Li essa história em quadrinhos em 2020. O livro tem a intenção de traduzir alguns conceitos da neurociência para o público em geral. Os autores do livro utilizam um personagem que ao falar com uma garota é absorvido para dentro do cérebro do leitor. Quando ele cai numa densa floresta, ele nota que está vendo células cerebrais. 

A partir daí ele encontra neurocientistas que vão explicar para ele o funcionamento do cérebro. A primeira vista o livro parece complicado, cheio de teorias. Mas não, os autores fizeram a HQ de uma forma que nós, leitores comuns, conseguimos entender muito bem.

Foi uma leitura que gostei muito de fazer, daquelas muito informativas, cheia de conhecimento.



Marcelle Marinho