sexta-feira, 27 de março de 2020

Dica de leitura - Outros jeitos de usar a boca



Esse foi o primeiro livro de poesia que eu li em 2017. Até então não tinha o hábito de ler poesia. Sinceramente tinha um preconceito. Achava que a poesia não era para mim, que precisava ser muito "estudado" para ler e entender poesia. Esse livro tirou completamente essa visão equivocada. Neste livro, Rupi Kaur faz uso de poesias que empoderam as mulheres, que questionam o lugar delas na sociedade. O livro está dividido em quatro temáticas principais: A Dor, O Amor, A Ruptura e A Cura. As poesias são de extrema sensibilidade, enriquecidas por ilustrações da própria autora. É um livro que precisa ser sentido. Todas as palavras aqui usadas para descrever minha experiência de leitura com esse livro não serão suficientes.
Leiam esse livro!



Marcelle Marinho

quinta-feira, 5 de março de 2020

Dica de leitura - O tribunal da quinta-feira



Li esse livro em 2017. Nesses tempos de tecnologia em que encontramos um verdadeiro tribunal na internet, muito mais para o mal do que para o bem, esse livro é muito oportuno. Julgamentos sumários são dados com a rapidez de um clique e sem chance de defesa. Qual a razão dos julgamentos virtuais serem "oito ou oitenta", "preto no branco"? Ah se a vida fosse assim... Mas não é. Existem variáveis, circunstâncias, pormenores, entrelinhas... Essa subjetividade que o mundo virtual por vezes desconhece, afinal está a uma tela de computador de distância, não é mesmo? E com a "invisibilidade" da internet é muito fácil descarregar o ódio, a raiva e o rancor na rede. Esse livro é uma denúncia dos estragos que o linchamento virtual causa na vida das pessoas "julgadas". Nunca uma máxima foi e é tão presente: "Levam-se anos para construir a confiança e apenas segundos para destruí-la".



Marcelle Marinho

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Dica de leitura - Quarenta dias


Li esse em 2017. Alice é uma professora aposentada, que mantinha uma vida pacata em João Pessoa até ser obrigada pela filha a deixar tudo para trás e se mudar para Porto Alegre. Mas uma reviravolta familiar a deixa abandonada à própria sorte, numa cidade que lhe é estranha, e impossibilitada de voltar ao antigo lar. Ao saber que Cícero Araújo, filho de uma conhecida da Paraíba, desapareceu em algum lugar dali, ela se lança numa busca frenética, que a levará às raias da insanidade. "Eu não contava mais horas nem dias", escreve Alice. "Guiavam-me o amanhecer e o entardecer, a chuva, o frio, o sol, a fome que se resolvia com qualquer coisa, não mais de dez reais por dia."



Marcelle Marinho

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Dica de leitura - As boas mulheres da China


Li em 2017 esse livro. Entre 1989 e 1997, a jornalista Xinran entrevistou mulheres de diferentes idades e condições sociais, a fim de compreender a condição feminina na China moderna. Seu programa de rádio, Palavras na brisa noturna, discutia questões sobre as quais poucos ousavam falar, como vida íntima, violência familiar, opressão e homossexualidade. De forma cautelosa e paciente, Xinran colheu inúmeros relatos de mulheres em que predomina a memória da humilhação e do abandono: estupros, casamentos forçados, desilusões amorosas, miséria e preconceito. São histórias como as de Hongxue, que descobriu o afeto ao ser acariciada não por mãos humanas, mas pelas patas de uma mosca; de Hua'er, violentada em nome da "reeducação" promovida pela Revolução Cultural; da catadora de lixo que impôs a si mesma um ostracismo voluntário para não envergonhar o filho, um político bem-sucedido; ou ainda a de uma menina que perdeu a razão em conseqüência de uma humilhação intensa. Quando Xinran começou suas entrevistas, o peso de tradições antigas e as décadas de totalitarismo político e repressão sexual tornavam muito difícil o acesso à intimidade da mulher chinesa. Desde 1949, a mídia chinesa funcionava como porta-voz do regime comunista. Rádio, televisão e jornais estatais eram a única fonte de informação, e a comunicação com pessoas no exterior era rara. Em 1983, o presidente Deng Xiao Ping iniciou um lento processo de abertura da China. Alguns jornalistas começaram a promover mudanças sutis na maneira como apresentavam as notícias. O programa apresentado por Xinran era um dos poucos espaços em que as pessoas podiam desabafar e falar de seus problemas pessoais. Nos relatos do livro, a autora possibilita a vozes antes silenciadas revelar provações, medos e uma capacidade de resistência que as permitiu se reerguer e sonhar em meio ao sofrimento extremo. Em condições extremas de vida, como a dos campos de reeducação da Revolução Cultural, afloram sentimentos de maternidade, compaixão e amor. O olhar objetivo de Xinran dá ao tema um tratamento firme e delicado, trazendo à tona as esperanças e os desejos escondidos nessas difíceis vidas secretas. 


Marcelle Marinho

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Dica de leitura - Quarto de despejo


Lido em 2017. Esse livro foi escrito em forma de diário por Carolina Maria de Jesus, uma catadora de material reciclável que morava na favela do Canindé na década de 1950. Retrata o cotidiano de sua vida, por vezes triste e cruel. Tem uma linguagem muito simples, os erros de sua escrita no livro incomodam à primeira vista. Foram mantidos de propósito. É uma linguagem contundente, realista e ao mesmo tempo sensível quando conta o que viu, viveu e sentiu nos anos em que morou na  favela do Canindé. 
Leitura essencial para nos mostrar que passado tanto tempo pouca coisa mudou na vida de quem vive em comunidades da periferia espalhadas pelo Brasil.



Marcelle Marinho

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Dica de leitura - Dois irmãos



Li esse livro em 2017, antes dele se tornar série na televisão. Conta a história de dois irmãos gêmeos, Yaqub e Omar, suas relações com os pais, a irmã, com a empregada da família e seu filho, que tem a infância moldada por esta condição: ser o filho da empregada. O lugar da família se estende ao espaço de Manaus, onde se passa o romance. O porto à margem do Rio Negro: a cidade e o rio, metáforas das ruínas e da passagem do tempo acompanham o andamento deste drama familiar. É uma leitura fluída mas que levanta muitos questionamentos, sejam eles interiores ou com relação a própria condição de família.


Marcelle Marinho

sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Dica de leitura - Pílulas azuis




Esse foi o primeiro livro de quadrinhos adultos que li em 2017. E foi uma experiência excelente! Que história tocante, além de desmistificar muitas coisas sobre o HIV/Aids. Por meio de um roteiro simples e temas universais (o amor, a morte), Frederik Peeters conta sobre seu encontro e história com Cati, envolvendo o vírus que entra em cena e muda tudo, e todas o turbilhão de emoções contraditórias que ele tem de aprender a gerenciar. Pílulas azuis nos permite acompanhar, através de um prisma raramente abordado, o cotidiano de uma relação cingida pelo HIV, sem deixar de dizer algumas verdades surpreendentes sobre o assunto. Sem dúvida, uma leitura muito interessante.



Marcelle Marinho

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Dica de leitura - Para sempre Alice



Li este livro em 2017. Aborda o Mal de Alzheimer precoce. A protagonista, Alice, no auge de sua carreira como professora começa a esquecer coisas simples. Logo ela percebe que está perdendo suas memórias. Conforme a doença avança, ela recebe o diagnóstico que mudará para sempre a sua vida. Independente, Alice luta para continuar vivendo o presente ao máximo, mesmo tendo seu senso de identidade escapando entre os dedos. Gostei muito desse livro pela forma como entramos nos pensamentos de Alice. Podemos perceber a dificuldade dela em conciliar toda sua vida com a progressão da doença. Saí transformada ao final dessa leitura.


Marcelle Marinho

Livro disponível em: 

https://www.amazon.com.br/Para-sempre-Alice-Lisa-Genova/dp/8595084580/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&keywords=para+sempre+alice&qid=1579185899&sr=8-1

sábado, 18 de janeiro de 2020

Dica de leitura - Sono



Li esse em 2017. Primeiro livro de autor japonês. Um livro de um único conto. Como será que o ser humano se sente quando passa 17 dias sem dormir? Partindo dessa premissa, Haruki Murakami desenvolve o conto. Ela era uma mulher com uma vida normal. Tinha um marido normal. Um filho normal. Ela até podia detectar algumas fissuras nessa vida aparentemente perfeita, mas nunca chegou a pensar seriamente nelas. Até o dia em que deixou de dormir. Então o mundo se revelou. Um mundo duplo de sombras e silêncio; um mundo onde nada é o que parece. E onde ela não pode mais fechar os olhos. Confesso que o final desse livro me deixou pensativa por algum tempo, daqueles finais bem filosóficos mesmo...



Marcelle Marinho
Livro disponível em:
https://www.amazon.com.br/Sono-Haruki-Murakami/dp/8579623758/ref=sr_1_3?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&crid=2UN7H3EE002CA&keywords=sono&qid=1578946470&sprefix=sono%2Caps%2C314&sr=8-3

sábado, 11 de janeiro de 2020

Dica de leitura - Bordados



Li esse livro em 2017. Até então nunca tinha lido nada da Marjani Satrapi, uma autora iraniana. Em Bordadosm uma história em quadrinhos, temos um retrato íntimo das mulheres iranianas, repleto de revelações sobre casamento e vida em família sob um regime opressor. Os almoços de família na casa da avó de Marjane Satrapi, em Teerã, terminavam sempre com o mesmo ritual: enquanto os homens fazem a sesta, as mulheres lavam a louça. Logo depois começava uma sessão cujo acesso só era permitido a elas: o "bordado". O "bordado" iraniano aqui é o equivalente ao brasileiro "tricô". O grupo que se reúne na casa da avó de Marjane é uma amostra de mulheres com moral e experiência bastante variadas, mas sempre às voltas com o machismo e a tradição, sobretudo depois da Revolução Islâmica, em 1979.
Pude, através dessa leitura conhecer um pouco o Irã, sua cultura e costumes tão diferentes dos nossos. Realmente, ler é viajar sem sair do lugar!


Marcelle Marinho

Livro disponível em:
https://www.amazon.com.br/Bordados-Marjane-Satrapi/dp/8535916210/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&keywords=bordados&qid=1578766371&sr=8-1